domingo, 27 de maio de 2012


 
Nesta edição do Fantastic Entrevista o nosso convidado é Diogo Martins. Estivemos à conversa com o jovem ator que começou a sua carreira em 'Amanhecer' e popularizou-se em 'Morangos com Açúcar', da TVI. Atualmente a estudar, Diogo tem o desejo de voltar à televisão e diz ser a representação que o realiza totalmente em termos profissionais. 

ENTREVISTA 

1- Olá Diogo. Antes de mais, obrigado por ter aceitado o nosso convite. Começamos por perguntar porque estiveste 2 anos sem realizar novos projetos em televisão. Opção ou falta de convites?
Infelizmente já estou há 2 anos sem fazer nenhum projecto para televisão e confesso que as saudades já são muitas. Passei 8 anos da minha vida com sucessivos trabalhos em televisão, dos quais me orgulho muito de ter participado, e que me fizeram também crescer como pessoa e principalmente como actor. Assim que terminei a serie Rebelde Way, tinha em mente puder parar um pouco para concluir os estudos e acima de tudo para descansar, mas não contava em ficar assim tanto tempo sem que me surgissem novos projectos. Acima de tudo este regresso ainda não se sucedeu, não por opção, porque é sem dúvida algo que eu gostaria de seguir na minha vida, mas principalmente por falta de convites, que de facto não têm surgido.

 

2- Passaram 9 anos desde a tua estreia em televisão. Na altura com 11 anos foste considerado uma das grandes promessas a nível de representação em Portugal. Como é que tudo começou?
Tudo começou quando aos 10 anos, por brincadeira costumava juntar-me com os meus primos, e fazíamos gravações em que imitávamos diversos programas que na altura passavam na televisão. Quando a família se reunia para ver, todos me diziam que tinha jeito para representar, até que um dia quando surgiu um casting na televisão em que precisavam de pessoas dos 10 aos 20 anos, eu decidi inscrever-me, mas jamais imaginaria que no meio de tantos milhares de pessoas eu pudesse ser o escolhido. Nisto, tive a sorte de ser o eleito para integrar o elenco da novela Amanhecer, e tive logo de partir para o norte, na região da Régua, para começar as gravações do projecto. Foi sem dúvida algo que sempre pensei que nunca conseguisse concretizar, mas com vontade e também muita sorte à mistura, acabei por conseguir realizar um sonho que sempre tive.

3- Ainda hoje te reconhecem na rua ou esta ausência, precisamente numa altura da tua vida em que mudaste bastante, fizeram com que tal não acontecesse?
Há sempre uma ou outra pessoa que por vezes me reconhece, mas o facto de já não aparecer há algum tempo na televisão, e também de ter tido uma mudança enorme em termos físicos, fez com que grande parte das pessoas já não me reconheçam tão facilmente como quando estava a fazer algum projeto. 
 

 
4- Como vês a televisão de hoje em dia, comparando também com o que era há 9 anos atrás?
Eu penso que há 9 anos atrás, as pessoas tinham muito poucas oportunidades de conseguirem entrar no meio da televisão, e hoje em dia acho que isso está bastante mais acessível, até porque existe um projecto como os Morangos com Açúcar, que facilmente lança novos caras aumentando assim as possibilidades de as pessoas puderem mostrar o seu talento. 

5- E em termos de qualidade de conteúdos?
Em termos de qualidade, acho que de facto a ficção portuguesa está a evoluir bastante e grande prova disso, é o reconhecimento que uma novela portuguesa teve a nível internacional, ganhando então um prémio pela qualidade de todo o projecto realizado. Penso que a ficção portuguesa está sem dúvida a ir num bom caminho, mas é de relembrar que também não devem ser esquecidos grandes actores portugueses que neste momento estão sem puder fazer aquilo que realmente gostam, por não terem convites por parte de quem produz as novelas. Esses mais do que ninguém devem ser preservados, valorizados e não esquecidos, porque também fazem parte da grande evolução que a ficção portuguesa teve nos últimos tempos.


 
6- O teu último projeto em televisão foi Rebelde Way. A novela, na altura em que foi exibida, não obteve o sucesso esperado, acabando por ser emitida à tarde. A que achas que se deveu esta dificuldade de se impor? E como vez a reposição da mesma, que terminou recentemente, nas manhãs de fim de semana?
A Rebelde Way, foi um projeto em que foram depositadas enormes espectativas, para rivalizar com um produto de longa data como os Morangos com Açúcar, mas acabou por não ser o que realmente se esperava, não tendo assim o sucesso desejado. Penso que o facto de haver um público muito fiel ao projecto Morangos com Açúcar, fez também com que grande parte dessas pessoas se desinteressasse pela série Rebelde Way que passava no mesmo período horário. Relativamente à reposição da mesma nas manhãs de fim de semana, penso que é sem dúvida bastante mau para os actores que participaram nessa série, porque acabam por estar sempre ligados a um produto que já não estão a fazê-lo há imenso tempo, limitando assim as possibilidades de terem a oportunidade de integrarem outros projectos visto que ainda estão associados à série Rebelde Way.

7- Consideras as audiências importantes nos projetos em que participas? E em termos de contacto com o público na rua, como lidas com isso?

As audiências são importantíssimas para assegurar um determinado projecto, até porque se esse mesmo projecto não tiver as audiências pretendidas, dificilmente permanecerá no ar durante muito mais tempo. Em termos de contacto com o público na rua, nos primeiros tempos era mais difícil para mim, porque era totalmente desconhecido, e de um dia para o outro passei a ser conhecido por todas as pessoas que me viam na rua. Hoje em dia já lido naturalmente com a situação e tento sempre receber todo o carinho e afecto que essas pessoas me transmitem, respondendo sempre da forma mais grata possível, até porque são também essas pessoas que determinam o sucesso da carreira de um ator.


8- Sabemos que muito recentemente tiveste ainda uma participação especial na série Pai à Força, no episódio 25 desta nova temporada, que foi para o ar em Março deste ano. Como foi este curto regresso à televisão?
Apesar de ter sido apenas uma participação especial, deu para recordar grandes momentos que anteriormente passei, para rever alguns técnicos que trabalharam comigo, e acima de tudo para aliviar uma saudade imensa que tinha de representar.  

9- Com esta participação na série Pai à Força podemos dizer que já estiveste envolvido em projetos dos 3 canais generalistas mais vistos em Portugal. Em apenas 5 anos participaste em grandes sucessos como os Morangos, os Malucos do Riso, Floribella ou Clube das Chaves. Qual o projeto que mais te marcou e porquê?
De certa forma todos os projetos que fiz marcaram-me de uma maneira muito positiva, e em todos eles sempre fui ganhando mais experiência ao longo do tempo, mas se tiver de escolher um, posso dizer que o Clube das Chaves foi sem dúvida o que mais gozo me deu de fazer, porque a série era composta por um elenco da minha idade em que todos nós tínhamos uma perfeita cumplicidade, era apenas gravada aos fins de semana não ocupando assim grande parte do tempo que tinha e também não interferindo com o período escolar e havia um espirito de boa-disposição e bem-estar entre os atores e técnicos que era evidente.


 
10- Gostarias de voltar à televisão num projeto onde tivesses um papel fixo? Em que tipo de formato gostarias de participar?
Voltar a fazer um projecto em televisão é algo que sem dúvida alguma quero repetir. Não sei ao certo quando isso poderá acontecer, até porque não depende só da minha vontade para voltar a trabalhar em televisão, mas se neste momento algum projecto surgisse, obviamente que encarava o desafio com todo o gosto e empenho porque é realmente das coisas que mais prazer me dá em fazer. Para quem gosta e vive a representação, acho que escolher o formato e a personagem que gostaríamos de desempenhar é totalmente subjetivo, porque qualquer desafio que surja tem de ser encarado sempre com o mesmo profissionalismo e dedicação.

11- Representar é o que queres fazer para o resto da vida?
Por experiência própria sei que a profissão de ator é muito instável. O sucesso é efémero, mas se pudesse escolher, representar era aquilo que gostava de seguir para o resto da minha vida, porque sei que numa profissão destas o principal é o talento e a humildade, virtudes necessárias para seguir esta carreira.

Em poucas palavras…
O meu ídolo é... o meu irmão
O meu ator de eleição é... Denzel Washington
A minha atriz de eleição é... Dakota Fanning
Um programa que não perco na TV é... Extreme Makeover
O filme da minha vida é... Man on fire
A musica que mais oiço é... impossível de dizer uma, oiço quase todo o tipo de musicas. Não há nenhuma que consiga ouvir varias vezes ao dia, gosto de variar.
Representar é... aquilo que plenamente me preenche em termos profissionais.
O meu maior sonho é... ter uma vida repleta de momentos de pura felicidade e acima de tudo vividos com muita saúde.
Daqui a 10 anos quero estar... concretizado pessoal e profissionalmente, se possível junto das pessoas que mais amo.
O Diogo Martins é..  um bom amigo, um divertido por natureza,  uma pessoa que vive em prol do bem estar das pessoas que mais gosta,  possui um forte carácter de humildade e gratidão e tem como maior defeito o seu feitio tremendamente orgulhoso.

FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 19
Convidado: Diogo Martins
Produção: André e João 
Fantastic 2012

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