sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Na estreia da 3ª temporada do Fantastic Entrevista o nosso convidado é Rui Porto Nunes. Estivemos à conversa com o ator que se estreou na quinta temporada de 'Morangos com Açúcar' e protagonizou a novela 'Lua Vermelha'. As participações em séries e novelas, a apresentação, os desportos radicais e o (in)sucesso de 'Lua Vermelha' são alguns dos temas em questão. Saiba mais sobre este ator de 26 anos.

ENTREVISTA  

1. Quando é que o Rui percebeu que queria ser ator?
Desde pequeno que sempre gostei muito de cinema e teatro. Cheguei mesmo a entrar em duas peças na minha escola básica em Arronches, mas na altura foi pouco mais que uma brincadeira. Só quando dei por mim à frente das câmaras nos Morangos com Açúcar é que percebi que era isso que queria para a minha vida.


2. Estreou-se em 2007 como Bruno, em Morangos com Açúcar 5. Apesar de não ter sido um dos protagonistas, esta foi uma das personagens mais marcantes da sua carreira, e certamente ainda hoje é relembrada por todos. Como surgiu esta oportunidade?
Estava a tirar o curso de Cinema na Universidade Lusófona e senti que precisava de saber como é estar no plateau, no lugar dos actores, para complementar a minha formação. Falei com uma amiga minha na antiga NBP, hoje Plural, e consegui fazer algumas figurações especiais na quarta temporada dos Morangos com Açúcar. Depois estive num workshop de interpretação na NBP durante alguns meses, e no fim fiquei a saber que tinha sido seleccionado para integrar o elenco da temporada seguinte.

3. Foi convidado para "Morangos com Açúcar - O Filme"? O que acha do projeto?

Não cheguei a ser convidado. É uma boa homenagem, já que este projecto marcou uma geração.

4. E o que pensa do fim da série, depois de nove temporadas, tendo a última sido um flop de audiências?
Tem sido um flop? Não sei, não acompanho as audiências. Independentemente disso o projecto ja estava gasto, é necessário um rejuvenescimento naquele horário. É preciso inovar.

 
5. O seu último trabalho na TVI foi em Olhos nos Olhos, no papel de Gustavo Viana Levi. A novela conseguiu resultados bastante satisfatórios, tendo em conta o horário de exibição (perto da meia-noite). Como foi trabalhar numa novela de Rui Vilhena?
Participar numa novela do Rui Vilhena é sempre um privilégio, ele é um excelente autor e gostei muito de fazer parte desse projecto. Estava inserido num núcleo muito bom. O horário a que a novela era exibida é que não foi o melhor mas mesmo assim o público aderiu e acabou por se tornar um sucesso de culto.

6. Lua Vermelha foi, até agora, a única produção nacional onde foi protagonista. Com ela, chegou a confirmação do seu talento junto do grande público. A novela era diferente do habitual. Aceitou logo o projeto? Como foi participar nele?
O convite não surgiu directamente. Primeiro fui a um casting na produtora SP, passei por três fases e então sim acabei por ficar com o papel de Afonso. O processo de construção da personagem foi muito intenso e exigente, mas também muito compensador. Senti pela primeira vez que estava a fazer trabalho de actor a sério. Procurei até perder peso para melhor encarnar um vampiro. Aprendi imenso com os meus colegas, com a direcção de actores e com a equipa de duplos Mad Stunts que orientava as cenas de acção.
 

7. Contudo, a novela não correu como o previsto, e foi uma das produções portuguesas com mais mudanças de horário. Os 180 episódios foram emitidos de manhã, à tarde e à noite, semanalmente e diariamente, e ao longo de mais de 2 anos. O que acha do tratamento que a SIC deu ao projeto e porque acha que não resultou?

Tinha tudo para resultar. Desde o elenco à equipa técnica, estávamos todos muito empenhados para que corresse bem algo que nunca antes tinha sido feito em Portugal mas com as sucessivas alterações de horário tornou-se muito difícil fidelizar o público. Para nós que fizemos parte do projecto tornou-se desmotivador ver o produto do nosso trabalho desvalorizado dessa forma. Ainda assim, houve muita gente que acompanhou a Lua Vermelha ao longo destes dois anos, sem nunca desmobilizar.


8. Apesar de tudo, este projeto foi muito acarinhado pelos fãs, e foi bastante importante para progredir na sua carreira de ator na SIC. Depois disso, já participou em Laços de Sangue e Rosa Fogo, nesta última com um dos papéis mais cómicos da trama. Como foi fazer de Vítor e qual a aceitação do público?
Tive a sorte de contracenar com duas actrizes fantásticas, a Inês Castel-Branco e a Susana Mendes, que me ajudaram imenso. A aceitação do público traduz isso mesmo, é sempre compensador para um actor sentir que gostam do nosso trabalho e as brincadeiras com o nome do Barbalho são inevitáveis.

9. Teatro e cinema são objetivos para um futuro próximo?
Em cinema para já não tenho projectos em vista. Em 2011 entrei em duas curtas-metragens do realizador André Badalo, "Catarina e os Outros" e "Yakun", e espero eventualmente vir a repetir a experiência.

10. Uma das suas grandes paixões desde jovem é o BTT. Continua a praticar? É a adrenalina que chama para a aventura em desportos radicais?
A adrenalina é o meu grande vício, impele-me a correr riscos e a procurar desportos que envolvam velocidades. Infelizmente já não pratico BTT por razões de saúde e porque a vida profissional me ocupa a maior parte do tempo.

11. Que outro desporto do género gostava de experimentar?
Este ano participei no campeonato nacional TT na categoria promoção pela Yamaha, até que fracturei o pulso esquerdo num acidente de mota na prova de Reguengos de Monsaraz. Passei alguns meses em recuperação e já não tenho planos para voltar a competir este ano.


12. E a apresentação? Mais uma aventura de grande adrenalina. Como foram os tempos no Curto Circuito?
Foi mesmo uma aventura, e acima de tudo uma aprendizagem. Aprendi a olhar de frente para as câmaras, coisa que um actor nunca pode fazer mas é essencial a um apresentador, e adquiri toda a preparação necessária para conduzir um programa em directo, recorrendo se necessário ao improviso. Os meus colegas e a produção foram uma grande ajuda durante esse período. Aceitei o convite para apresentar o Curto Circuito precisamente para obter novas competências mas a adaptação acabou por não correr tão bem como esperava e decidi focar-me na representação.

13. Gostava de voltar à apresentação?

Quem sabe, mas para já quero concentrar-me exclusivamente na representação.

14. Quais são os projetos que se seguem?
Participei no telefilme da RTP "Solidão", que vai para o ar em Dezembro, e tenho outro projecto em televisão que está para muito breve.

EM POUCAS PALAVRAS...
Cinema ou Televisão? Cinema
Moda ou representação? Representação
Série ou Novela? Série
Um Ídolo... Lance Armstrong
Um Sonho... Ser feliz e atingir os meus objectivos
A sua família... A génese de tudo o que sou
Os seus amigos... Indispensáveis
A companhia perfeita... Os meus amigos
Um Filme... "O Padrinho"
Uma Música... "November Rain" dos Guns n' Roses
Um destino... Whistler, no Canadá
O Rui Porto Nunes é... Aquilo que sou


FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 20
Convidado: Rui Porto Nunes
Produção: André e João 
Fantastic 2012

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