sexta-feira, 9 de novembro de 2012


 Esta semana, no Fantastic Entrevista, estivemos à conversa com uma das caras da nova geração de atores portugueses, José Mata. O jovem que se estreou em "Morangos com Açúcar - Férias de Verão I" está de volta aos ecrãs em breve, depois de ter feito uma pausa para acabar o Conservatório. 

ENTREVISTA

1. É ator e modelo. Qual a vertente que mais o fascina e como é que cada uma delas entrou na sua vida?
 Não me considero modelo, nunca fiz nenhum trabalho como modelo e também não é uma área que me fascine particularmente. Como actor comecei há 8 anos e meio, na primeira série de verão dos Morangos com Açucar. Fui a um casting, sem saber bem ao que ia, gostei, senti-me bem e acabei por ficar seleccionado.

2. Falando dessa sua primeira experiência em televisão, na série "Morangos com Açúcar", onde interepretou a personagem Nelson na 1ª temporada de verão... Como recorda esse momento?
Recordo com muita nostalgia e saudade. Fiz verdadeiros amigos nesse projecto e foi onde aprendi as bases da representação e também da relação do actor com a câmera. Fui muito bem recebido e quis desde logo absorver tudo aquilo que pudesse ajudar-me a evoluir.


3. Na altura, tudo era novo para si, supomos. Estava a começar a sua carreira, numa série que estava a alcançar um grande sucesso junto do público, mas que ao mesmo tempo tinha começado há pouco tempo. Acha que foi importante ter uma primeira experiência num projeto com tanta visibilidade? As audiências importam realmente para o sucesso de um ator e de um produto televisivo?
Foi muito importante, principalmente porque os Morangos com Açucar acabaram por funcionar também como uma "escola " para os actores mais novos. Apesar de não ter formação na altura, procurei absorver tudo aquilo que os meus colegas e toda a equipa técnica e de produção tinha para me dar. Sem dúvida que também é importante o sucesso do projecto. As audiências são parte fulcral do sucesso de um produto, de um projecto e estão directamente relacionadas com o sucesso do actor. Quanto mais audiências o teu produto tiver, mais sucesso tem, mais visibilidade tem. Na grande maioria das vezes é sinal de que o trabalho está a ser bem feito.

4. Seguiram-se participações em séries como Uma Aventura, Triângulo Jota ou Inspetor Max... Mas foi em 2006 que teve o seu primeiro grande papel em horário nobre, na novela Fala-me de Amor. Sentiu a diferença ao trabalhar numa história mais adulta em relação às anteriores produções mais direcionadas a um público infanto-juvenil?
Quando acabei os Morangos procurei ter formação. Fiz uma série de Workshops e felizmente ia sendo chamado para fazer essas participações. Sem dúvida, quando fiz o Fala-me de Amor foi onde me comecei a sentir mais maduro, mais consciente do que é o trabalho de actor. Tive a oportunidade de trabalhar com o Manuel Amaro da Costa, que me ensinou muito daquilo que hoje sei. Um projecto diferente, com actores mais velhos e que me permitiu continuar a evoluir.


5. A sua última novela foi Olhos nos Olhos, na TVI. Deixou de participar neste género de formato por falta de convite ou por opção?
Acabei os Olhos nos Olhos em 2009. Na altura tinha deixado a Escola Superior de Teatro e Cinema no 1º ano. Para mim era fundamental acabar o Conservatório. Tive que me decidir. E decidi dedicar-me ao curso durante 2 anos, a tempo inteiro. É óptimo teres trabalho sem teres sequer acabado o curso, mas senti que tinha de ser naquela altura, tinha que acabar o curso e para tal, não podia continuar a participar em projectos de 9/10/11 meses. É incompatível. Finalizei o Conservatório o ano passado e brevemente irei voltar a participar num projecto de televisão.

6. "Encosta-te a Mim" e "Vestida para Casar" foram dois telefilmes nos quais participou, o primeiro da RTP e o segundo da TVI. Contudo, ainda nenhum dos dois foi para o ar. O que pode adiantar destes dois projetos, e o que pensam da produção de telefilmes? E já participou em algum filme para cinema?
São projectos muito desafiantes porque se trata de um formato diferente da novela ou da série. Temos pouco tempo, mas o que fazemos, tentamos fazer bem. De certa maneira é o que temos mais próximo do Cinema. Ambos os projectos me marcaram e me deram um prazer enorme. Mas o " Encosta-te a mim" terá talvez um gosto especial porque tive a oportunidade de interpretar um toxicodependente. Este último sei que vai para o ar agora em Novembro, na RTP. O " Vestida para Casar " penso que ainda não terá data de estreia. Quanto a Cinema, ainda só tive a oportunidade de participar em várias Curtas-metragens. Ainda estou à espera da minha primeira Longa.


7. Em 2013 deverá estrear na RTP1 a série "Depois do Adeus", vista quase como uma 'continuação' do "Conta-me como Foi". Sendo uma produção de época, tem sido criada uma grande expectativa em relação à história. O que pensa da aposta deste género de produções em Portugal?
Foi o projecto que mais gozo me deu fazer até hoje. "Depois do Adeus" é uma série que "tem tudo para ter tudo". Desde a produção , esquipa técnica, actores, realizadores, toda a atmosfera de 75, foi tudo calculado, estudado e trabalhado ao pormenor. Penso que vai marcar os portugueses. A história dos " retornados " ainda é tabu para muitos e é importante voltarmos a falar nela e nada melhor que uma série desta qualidade para o fazer. Cada vez temos menos dinheiro para apostar em projectos deste género, mas acho que é imperativo continuar a fazê-los.

8. Atualmente está em cena no teatro Malaposta, com a peça "Procura-se Felicidade", ao lado de Marta Andrino. De que se trata este projeto?
Fui convidado pela Marta Andrino, pelo Marco Paiva ( encenador ) e pelo Lourenço Henriques ( autor ) para fazer parte deste projecto. Sem fins lucrativos decidimos junta-nos para fazer Teatro. É importante fazer teatro. E este é um universo que fomos descortinando ao longo de 1 mês e meio de ensaios. Uma peça sobre um casal , com encontros e desencontros, a qual estreámos dia 2 de Novembro na Malaposta e que também já temos confirmado o mês de Fevereiro no TIO ( Teatro Independente de Oeiras ).



9. Fora dos palcos e dos ecrãs, o que gosta de fazer nos tempos livres?
O normal .. Aproveito para estar com amigos. Sair. Ver filmes, séries .. Estar em casa sem fazer nada.

10. O que lhe falta fazer enquanto ator?

Quase tudo.

EM POUCAS PALAVRAS
 
Teatro ou televisão? Teatro
Um ator/atriz? Meryl Streep
Um ídolo? Johnny Depp
Uma peça de teatro? Tio Vânia de Anton Tchekhov
Um livro? The art of Acting de Stella Adler
O melhor da sua geração? O melhor da minha geração somos nós todos.
Um programa de televisão? Eixo do Mal
O momento mais marcante da sua vida? Tenho muitos...
A companhia perfeita? A minha mãe
O José Mata é... um Optimista

FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 27
Convidado: José Mata

Produção: André
Fantastic 2012

0 comentários